O destino do dinheiro da Cáritas brasileira

Hoje venho solicitar a colaboração do leitor.

Quem já não precisou da ajuda de alguém? A gente nasce precisando das pessoas; e a primeira a nos apoiar é nossa mãe. Mas e quando a criança é abandonada pela mãe ou perde os pais?

A nossa realidade é outra, e muitas vezes nos esquecemos que ainda hoje temos órfãos de guerra na África e no Oriente Médio. Não precisa ir muito longe, temos os nossos próprios órfãos.

“Após os horrores e devastações da Segunda Guerra Mundial, o Venerável Pio XII quis mostrar a solidariedade e a preocupação de toda a Igreja diante de tantas situações de conflito e emergência no mundo. E o fez dando vida a um organismo que promovesse no âmbito da Igreja universal uma maior comunicação, coordenação e colaboração entre as numerosas organizações caritativas da Igreja nos diversos continentes.”- (Bento XVI, 27/11/2011, 19a Assembléia Geral da Caritas Internacional)

No seu discurso aos membros da Cáritas reunidos na 19a Assembléia Geral, o Papa, mais uma vez, diz muito com poucas palavras, e prossegue dizendo que a Caritas Internationalis tornou-se uma personalidade jurídica canônica pública no papado do Beato João Paulo II. E continua:

Como consequência disso, Caritas Internationalis adquiriu um papel particular no coração da comunidade eclesial… Desse modo, Caritas Internationalis, dentro da finalidade própria que tem assinalada, executa em nome da Igreja uma tarefa específica em favor do bem comum. Estar no coração da Igreja; ser capaz, de certo modo, de falar e atuar em seu nome, em favor do bem comum, traz consigo particulares responsabilidades dentro da vida cristã.

Realmente, é de se esperar que seja uma responsabilidade enorme falar e atuar em nome da Igreja, ainda mais sendo um organismo eclesial, como é o caso. E é por isso que ele diz:

A partir do momento em que Caritas Internationalis tem um perfil universal e está dotada de personalidade jurídica canônica pública, a Santa Sé tem o dever de acompanhar sua atividade e de vigiar para que, tanto sua ação humana e de caridade quanto o conteúdo dos documentos que difunde, estejam em plena sintonia com a Sé Apostólica e com o Magistério da Igreja, e para que se administre com competência e de modo transparente.

Cabe saber que:

Caritas Internationalis está constituída fundamentalmente por várias Caritas nacionais. Diferentemente de tantas instituições e associações eclesiais dedicadas à caridade, as Caritas possuem uma característica distintiva: apesar da variedade de formas canônicas assumidas pelas Caritas nacionais, todas são um auxílio privilegiado para os bispos.

Mas, observe-se que:

Ninguém pode, em matérias abertas à discussão livre, pretender falar “oficialmente” em nome de todos os leigos ou de todos os católicos.

[Nota: Os grifos são meus.]

Fiscalização e Responsabilidade

O site da Cáritas International informa que um de seus membros nos Estados Unidos é a Catholic Campaign for Human Development (CCHD). Ou seja, é uma Cáritas nacional.

É uma organização estabelecida pela Conferência Nacional de Bispos Americanos (USCCB) cujo objetivo é levantar fundos e distribuí-los em forma de bolsas (grants) à instituições de caridade diversas, católicas ou não. Esse dinheiro é arrecadado através de doações de paroquianos das várias dioceses numa campanha anual da Conferência de Bispos que ocorre no mês de novembro, uma semana antes do Dia de Ação de Graças. Parecido com a Campanha da Fraternidade realizada no Brasil.

Na qualidade de Cáritas nacional, membro da Cáritas Internacional, a CCHD é submetida então àquelas responsabilidades mencionadas por Bento XVI. Mas nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que balança cai.

Resumindo, em fevereiro de 2010, a American Life League (ALL) descobre alguns problemas; algumas instituições recipientes das bolsas da CCHD promoviam atividades anti-vida. Católicos pró-vida deixam de colaborar com a campanha, e a LifeSiteNews noticia em 01 de dezembro que 12 bispos deixam de fazer a coleta em suas dioceses.

Outra Cáritas nacional americana é a Catholic Charities, só que atua no âmbito diocesano, sendo administrada pelo bispo local.

Em 26 de maio de 2011, a diocese de Rockfort , no estado de Illinois, anunciou que vai deixar de oferecer serviços de adoção e de acolhimento familiar (foster care) porque não pode, pelas leis do estado, recusar atender casais cujo relacionamento não condiz com a doutrina católica, inclusive casais de homossexuais, e recomendar-lhes que procurem outras agências. Esses programas da diocese serão fechados, pessoas serão demitidas, e as crianças perdem a oportunidade de receber um lar católico.

Agora tudo isso, gente, pra perguntar pra vocês, se alguém sabe qual a situação da Cáritas Brasileira. Principalmente agora que o STF admitiu a união de pessoas do mesmo sexo.

Não, não sou preguiçosa. Já procurei, e não encontrei. E como muitas das nossas dioceses ainda não estão completamente informatizadas, que dirá as instituições de caridade que sobrevivem de doações.

Com tudo isso acontecendo no exterior, fiquei a me perguntar sobre a situação do Brasil.

No site da Cáritas brasileira algumas páginas estão “em construção”, e a que leva o nome de “Prestação de contas” aparece em branco. A lista dos programas da Cáritas informa vagamente do que se trata cada programa, mas não dá maiores detalhes. Na página de arrecadação de doações também não tem a opção de se especificar para que tipo de programa o doador deseja que seja destinada a sua colaboração.

Das duas uma: ou a informação existe e está disponível na Internet e eu não soube encontrar; ou não está disponível mesmo.

Socorro, alguém sabe me informar? Ou esse assunto não tem tanta importância assim?

“Everything matters – except everything.”
— G.K.Chesterton (Heretics)

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